8 de dezembro de 2009

Eu queria era a palavra.

Queria só conseguir falar, queria só que me ouvisse.
Talvez se eu gritasse, se minha fome crescesse, se o peito esvaziasse.

Se, se, se...

Se sei porque persisto?
Quem sabe se eu falasse minhas palavras tivessem o peso de uma revelação.
(mais provável continua sendo minha insignificancia)

Meu choro nem a mim comove mais, co-move. Nada me move.
A raiva? esqueci. O Orgulho? engoli. O ego? hipócrita, não tenho em mim o que o desperte.

É fim e é dor.

Confusão de tododia, esperança de nuncamais. Talvez eu nunca mais pudesse parar.
Fé? no (em + o) que? sou roupa num brechó, esquecida lá por anos até que alguém tire do cabide.

Não. Não, não. Não quero mais.
Já é cansaço.

Tem a vontade, não tem o caminho.
Que me perca, imploro. Tá meu ouvindo, porra?!
QUE EU ME PERCA!

Se eu já me rendi, a anos, porque não pára?
Sei que gosto de briga, moleque de rua da vida.
Sei que disfarço e me jogo no canto de um beco qualquer, rindo por qualquer vitória insana.

Será que me rendi mesmo? mesmo? será que sou capaz?
Capaz de vencer? Capaz de competir? Capaz de desistir? Capaz de perder?
E se derrota existe, ela tem gosto de pamonha doce.

Minha ruína.
Meu ponto fraco, a estaca frágil do castelo holográfico.

Só ligue, só dê oi, só pense em mim...
só me desminta.

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