17 de outubro de 2009

Pro Carlos que me fez pensar.

- O que você vai ser?
- Programador.

Desde pequenos somos impelidos a associar o que seremos com o que faremos no trabalho. Quando alguém lhe pergunta o que você quer ser, a pragmática te faz responder imediatamente com o que quer fazer. Então você cresce e esses conceitos tão presos em você podem prevalecer, networking pode acabar passando à frente do círculo de amigos. Você acaba respondendo "quem é você" com "sou programador da accenture". Num sistema onde dinheiro é a base, quem não serve satisfatóriamente a essa sociedade é considerado pouco. Receber um salário menor, receber críticas no ambiente de trabalho faz com que nos sintamos menos. No meio corporativo você acaba sendo o que produz, você é pra empresa o que você rende. É fato que trabalho pode (e deve) trazer satisfação, mas o contrário não deve abalar nossa essência. É fundamental que a distinção entre identidade e atividade esteja bem firme em nós. Chega um momento da escolha inadiável, pra que lado pender? Ser ou Fazer? Ser o melhor no trabalho, basear sua vida nas oito horas que você passa com um crachá ou nas dezesseis que você passa fora de lá?! E a identidade é a outra dimensão do crescimento profissional. Sei que não existe uma linha bem definida entre o que se é e o que se faz, aliás, não existe linha. Mas o que deve existir sempre é o equilibrio. Crescer profissionalmente não pode sequer ser cogitado em separado do crescimento pessoal. Se uma dessas dimensões suprime a outra... bom, é aí que você escolhe.

(LP ano II)

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