De novo, essa necessidade de definição. Essa subversiva inconsistência entre o sentir e o racionalizar, como já disse uma vez. Pode ser com uma amizade regada à beijos e a desejo, pode ser uma irmandade regada à decepção, pode ser uma afinidade desmedida regada à ausencia. É um incomodo que não é ciúmes, é puro ego. Ou pode ser que um esteja entrelaçado ao outro, quem sabe tenham a mesma raiz, quem sabe sejam a mesma coisa. (Quem decidiu o que é o que se sente? E se pra mim for diferente?) É um tentar encontrar o que se é ao estabelecer fronteiras, sendo que fronteiras limitam. Em português claro: definições fodem sentimentos. Aliás, o que acontece é que acho que tentamos substituir a forma como vemos algo por sua existencia real (como o Marcolino verbalizou na minha cabeça). É um paradigma... essa busca entre a separação e a falta de delimitação. Mas quem aqui não é feito de contradições?!
Pensando sem parar nisso hoje lembrei a velha frase, "Sou um bicho que pensa". Acho que sou mesmo, só que mais que isso sou um bicho de palavras. E porra, isso às vezes não é bom. No mundo das palavras tenho expressão, só que isso me afasta cada dia mais do mundo empírico. Jogo palavras aos vento pra ver se pousam em algum coração, mas pessoas estão buscando linguas e sabores, não intensidade. As noites tem sido intermináveis pra mim, cabeça a milhão, turbilhão de sensações, e minha ultima lembraça todas as noites tem sido uma lágrima quente que brota não sei de onde. Ouvi ontem do Anjo "E vc anda... tão menos... Even...", e concordo. Mas me falta da definição. Me falta ter algo no que focar pra combater.
Chego em casa e aquele espelho implacável na recepção me encara, tenho fugido deles. Não quero me ver no mundo empírico, dessa Even eu não gosto, não respeito.
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