18 de abril de 2010

Qualquer coisa que sente.

Ouvi dizer que uma das coisas que nos separam dos outros animais é a nossa capacidade de analisar situações, codificar, agrupar, recapitular situações. Em suma, nossa capacidade de pensar ao invés de agir puramente por instinto. Se isso for verdade, eu tô ferrada (uhum, eufemismo).

Vamos inaugurar uma nova classe, aquela que não pensa muito nem age muito, mas que sente. Quase só sente. Há boatos que tem um cérebro como os outros, e um corpo como os outros, mas esse negócio de sentir é um tanto viciante - e como todo bom vicio, destroi gostoso. Todos sentem, é verdade, mas estamos falando aqui de quem faz dessa a motivação principal da vida.

Tem dias em que se esquece do corpo. Fica tão presa nessa rede de sentimentos e sensações que esquece que tem um corpo, quase não faz idéia de como seja. De repente, toma um pouco de chá de noção e usa o corpo pra sentir. Pra se sentir mal consigo, pra sentir prazer, pra levar de um sentimento pra outro.

Tem dias que esquece da mente. Ainda que tenha criado um bilhão de hipóteses, e lido um milhão de teorias, ignora todas elas na hora de decidir algo, e o único guia digno de ser ouvido é o que está sentindo. Muitas vezes deixa de lado planos e ações, porque, afinal de contas, eles são só um detalhe com o qual se tem que lidar enquanto se sente. E tem uma dificuldade inenarrável de sair disso, porque não importa a razão, porque sente orgulho, porque só assim se sente verdadeiro, porque sente medo de ser diferente.

Acaba sendo classificada pelos humanos-que-pensam como dramática e institiva, e pelos animais-que-agem como analítica e séria. Mas, com sorte, os bichos e os humanos acabam querendo sentir, e vêem nela uma louca - que é o refúgio preferido de qualquer um quer descobrir algo novo.

E ela é o que? é uma coisa que sente.

Um comentário:

Anônimo disse...

E como sente...
Sente tanto que sente diferente minuto à minuto.

É pq é boa no que faz.
E o que faz?

Sente.