Não é muito. Pelo contrário, é um fio quase invisível que segura toda uma estrutura. Deve ser a tal da esperança. Não fé, esperança. Mesmo que mascarada e tímida, uma sombra daquilo que os otimistas defendem. Uma esperança de que algo, em algum momento, arranque de dentro essa falta de ar.
Faz sentido que digam que ao se matar, as pessoas não queiram realmente acabar com a vida, mas sim com a dor. É um tiro cego onde o desespero puxa o gatilho. É um gatilho que eu não sou mulher o suficiente pra puxar.
O que impede?
Esperança.
O que impede?
Mania de controle.
É achar que é o fim, e querer ver o que acontece depois. É o diretor do filme que quer ver a reação do público depois dos créditos. Mas há uma vontade de extremismo e de uma última cena de drama (embora o filme seja uma comédia de segunda classe).
Esperança é a casa onde mora a covardia.
No futuro os olhos só vêem um quarto escuro sem tv, cigarros e algumas garrafas de vodca cheias de lágrimas com um corpo pequeno se retorcendo num colchão sem lençol. Esquecimento e indiferença.
E isso que cada um faz o seu caminho...
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