1 de maio de 2009

Não quero peso nas asas. Quero tão somente o prazer de me ser. Exijo fidelidade e que ela seja plena, a exijo de mim e para mim. Sobretudo por mim. Nada pior que fugir do que se está sendo. Animais assustados não correm em direção ao perigo, presas não vão de encontro ao predador. Porque então quando estamos perdidos corremos como cegos aos precipícios? Por que quando corremos temos a falsa impressão de que os gritos do mundo vão se tornando sussuros e que quanto mais longe formos na fuga mais rápido deixaremos de ouvir o que não queremos. Pura ilusão. Podemos até correr tão rápido que o vento nos deixe surdos ou tão longe que os sussuros não mais nos alcancem porém, quando pararmos surdos e longe leremos o que não queríamos ouvir impresso em nós. Se não podemos negar o que o mundo nos diz, pra que correr? Quero me sentar sim à beira do caminho e ver a vida passar, se isso me fizer feliz. Quero andar na tempestade e me guardar da chuva fina. Correr durante a noite sem roupa na floresta, arcar com todas as feridas que isso causa e assisti-las curar em casa num sábado a noite. Porque eu quis. Nadar na água fria de um rio e pisar pés descalços na terra quente de fim de tarde. Amar loucamente durante duas horas, passar meses junto e apenas gostar. Me permitir cultivar um carinho desmedido por alguém com que troco alguns olhares e algumas palavras vazias, por instinto à uma essência desconhecida. Provar o sabor de ser calma ou intempestiva, paciente ou indiferente, compreensiva ou intransigente, insegura e decidida, introvertida e feliz, um após o outro ou no mesmo instante, porque eu quis. Não se jogar por medo do depois não é deixar de viver, é uma escolha de como viver, ainda que não seja a minha. Não demos ao final tanta importância, conselho. Por mim, quero ter medo de decisões impensadas, quero ficar ansiosa, quero me decepcionar com pessoas e sofrer por amor, só para sentir estar viva. E assim vou vivendo; sofrendo e querendo. Por imaturidade, quem sabe, mas muito mais por fidelidade a mim, ao que eu sou, ao que estou.

3 comentários:

Thiago disse...

[No le demos al final tanta importancia = Fito Paez? =S]

q bom q vc voltou a escrever pirralhinda... adooOOoOOoro!! huahuahauhua

TE AMO e não tenho vergonha nem medo de dizer isso, seja como amiga, como parceira, como o que for!!

Eveeen =) disse...

aaah Thi, tbém te amo piá ♥

- disse...

-
Esse tipo de fidelidade é o que verdadeiramente se procura, quando se é o que se é, sem falsa hipocrisia ou medo do espelho.

Que as chuvas caiam sobre nós Even, trazendo quantos raios quiser, estaremos lá em busca de sabores e cicatrizes. Sem arrependimentos.

Teamoflor,vocêé-você♥